TECNOLOGIA ASSISTIVA E O ENSINO: O USO DE LEITORES DE TELA NO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM DE ALUNOS COM DEFICIÊNCIA VISUAL
Tecnologia assistiva. Leitor de tela. Formação de professores. Deficiente visual
Sabemos das barreiras enfrentadas pelos estudantes com deficiência visual cegos matriculados na escola regular, principalmente no que diz respeito ao acesso a uma educação de qualidade e pautada na igualdade de oportunidade para todos. O computador equipado com um leitor de tela apresenta-se como uma importante ferramenta, capaz de amenizar tais barreiras, oportunizando ao estudante cego a capacidade de ter acesso aos mesmos conteúdos oferecidos a todos os demais estudantes. Subsidiado por tais afirmações, apresentamos este trabalho como resultado de nossa pesquisa de mestrado em educação inclusiva, ofertado pelo PROFEI. O objetivo foi analisar como ocorre a mediação do processo de ensino-aprendizagem de estudantes com deficiência visual cegos matriculados em escolas estaduais, situadas nos municípios do norte mato-grossense, que estão sob jurisdição da Diretoria Regional de Ensino (DRE) de Alta Floresta, para o uso do computador equipado com programas de leitores de tela, e discutir qual a importância desse conhecimento no processo de ensino-aprendizagem desses estudantes na sala de aula regular. Esta pesquisa é de abordagem qualitativa e exploratória, tendo a pesquisa-ação como método de investigação. Nos repousamos nas pesquisas de Carvalho (2020), Faria (2019), Wandermurem (2016), Petri (2012), entre outros diversos referenciais que tomamos como base teórica para nosso embasamento. A investigação ocorreu em duas escolas do norte mato-grossense, com professores de Sala de Recursos Multifuncionais (SRM), professores de sala regular, gestores e dois estudantes cegos matriculados nessas instituições de ensino. A coleta de dados ocorreu por meio de entrevistas, que foram realizadas via Google Meet, gravadas e depois transcritas para interpretação e análise, sendo apresentadas as alocuções dos sujeitos investigados, bem como a análise dos discursos no decorrer dos capítulos deste trabalho. Diante dos dados apresentados, foi possível averiguar que a falta de formação/capacitação dos educadores, tanto da sala regular quanto da SRM, destaca-se como maior obstáculo para a mediação do ensino-aprendizagem para os estudantes cegos nas escolas investigadas. Apresentamos, ainda, no bojo deste trabalho, nossa proposta de formação continuada para professores e familiares, proposto no decorrer da investigação, capacitação esta que, juntamente com o Caderno Pedagógico, também apresentado no conjunto deste trabalho, compõe o produto educacional estabelecido pelo PROFEI como parte das atividades exigidas para a conclusão de curso. E, por fim, apresentamos as considerações sobre os resultados obtidos e o que necessita ser promovido para a efetivação de uma escola acessível, que ofereça oportunidades a todos os seus estudantes de forma equitativa.