Dispersão de frutos e sementes de espécies arbóreas úteis na recuperação de áreas degradadas na transição Cerrado-Amazônia
Amazônia, Cerrado, dispersão de frutos, fenologia, sementes florestais
A caraterização dos padrões fenológicos das espécies florestais é uma informação importante para o planejamento da coleta de frutos e sementes, o que por sua vez, favorece projetos de restauração ecológica para que sejam bem sucedidos. Neste trabalho utilizamos uma base de dados da Associação Rede de Sementes do Xingu que tem 25 grupos de coletores de sementes espalhados em 17 municípios de Mato Grosso. Esta base de dados, que contêm informações da data de coleta das sementes em campo por um período de oito anos (2010-2018) para 142 espécies arbóreas utilizadas em ações de restauração, foi utilizada para responder três perguntas: 1) Qual o período de dispersão dos frutos e sementes para cada uma destas espécies? 2) Qual a variação espacial e temporal na produção de frutos e sementes para estas espécies? 3) Espécies que apresentam diferentes síndromes de dispersão ou grupo sucessional diferem entre si quanto ao período de dispersão dos fruto? Os resultados mostraram um grupo de 12 espécies com dispersão de frutos em 10 ou mais meses do ano, Byrsonima cydoniifolia e Spondias mombin tiveram produção em todos os meses do ano, sendo observado grande variação espacial no período de frutificação. O número de espécies produzindo frutos foi maior no fim do período seco e início do período chuvoso para todas as espécies, independente da síndrome de dispersão ou grupo sucessional. A maioria das espécies com sementes pequenas são pioneiras e espécies com sementes grandes são clímax. Os resultados mostram grande variabilidade espacial para o período de produção de frutos e sementes de uma mesma espécie arbórea, o tem quem importantes implicações para o planejamento das atividades de coleta de sementes em escalas local e regional.