ANÁLISE DO ESTRESSE HÍDRICO EM ESPÉCIES ARBÓREAS NA TRANSIÇÃO CERRADO-AMAZÔNIA
Floresta, tropical, ecofisiologia, arvores, traços funcionais, Amazonia, Cerrado, mortalidade de árvores
O aumento da frequência e intensidade de secas severas podem alterar a estrutura, produtividade e composição das florestas ao aumentar as taxas de mortalidade arbórea. Portanto, as características hidráulicas são fundamentais para auxiliar nas previsões sobre como mudanças climáticas poderão afetar a dinâmica de florestas. Nós exploramos a variação na regulação estomática e vulnerabilidade hídrica (P50) e associamos essas características às taxas vitais de espécies arbóreas em uma floresta de transição Cerrado-Amazônia, onde o stress hídrico é mais acentuado. Os objetivo gerais do trabalho foi quantificar estratégias de regulação estomática numa floresta de transição entre a Amazônia e o Cerrado e definir limiares ecofisiológicos que indiquem a vulnerabilidade hídrica de diferentes espécies da região. As seguintes hipóteses foram testadas: (i) as espécies arbóreas da Tanguro não abrem os seus estômatos totalmente durante o dia; (ii) as árvores nesses ambientes possuem uma via hidráulica demasiadamente resistente ao embolismo; (iii) as árvores que não regulam a perda de água durante o dia (deixam os estômatos abertos) possuem uma probabilidade maior de morrerem durante secas. Descobrimos que: (i) existe uma baixa regulação estomática entre as espécies, mas que algumas espécies conseguem atingir uma alta amplitude de valores médio do potencial hídrico foliar (Ψf); (ii) o valor médio de perda de condutividade (P50) não foi menos negativo do que outras florestas da Amazônia; (iii) A resistência à cavitação foi positivamente relacionada com a taxa de mortalidade. Esses resultados sugerem que as espécies de árvores na Tanguro apresentam diferentes estratégias ecológicas para lidar com o stress hídrico ambiental.