VIABILIDADE PARA PAGAMENTOS POR SERVIÇOS ECOSSISTÊMICOS EM ÁREAS DE CERRADO NA TRANSIÇÃO CERRADO-AMAZÔNIA
Palavras-chave: estoque de carbono; vegetação; biomassa, savana, cobertura do solo
Embora a transição entre os biomas Cerrado e Amazônia seja descrita como a mais extensa região ecotonal entre savana e floresta do mundo, pouco se sabe a respeito dos serviços ecossistêmicos provisionados por seus ecossistemas naturais. Também, é ainda praticamente desconhecido o quanto as intensas atividades antropogênicas e de rápidas mudanças na cobertura de uso da terra tem afetado estes serviços e transformado este cenário ao longo das últimas três décadas. O presente estudo tem como objetivo avaliar o estoque de carbono da parte aérea da vegetação tipicamente savânica que ocorre na transição entre os biomas Cerrado e Amazônia, estimar o valor financeiro desse serviço, avaliar a mudança no uso e cobertura do solo e seu impacto na perda de serviços e identificar áreas com potencial para implementação de pagamento por serviços ecossistêmicos. Para isso, utilizamos dados de sensores remotos obtidos de um mosaico de imagens Landsat que compõe a coleção 6 do MapBiomas, reprojetados na plataforma Google Earth Engine para gerar uma série de mapas temporais manualmente categorizados. Estimamos o carbono da vegetação natural por meio da aplicação de um mapa de alta resolução (50 metros) que abrange todo o território brasileiro, testado e calibrado com base nos dados de carbono estimados em 21 parcelas de 1 hectare e na aplicação do Gross Primary Productivity (GPP). Para a valoração do carbono, adotamos um preço médio em dólar praticado pela tonelada de carbono equivalente (U$/tCO2eq), atribuído pelo mercado de carbono global, com base na plataforma brasileira Precificação de Carbono.