AS CARACTERÍSTICAS MORFOESTRUTURAIS E O USO E OCUPAÇÃO
DA TERRA NA BACIA HIDROGRÁFICA DO CÓRREGO CACHOEIRINHA,
MATO GROSSO
bacia hidrográfica, uso do solo, dinâmica fluvial
Esta pesquisa foi desenvolvida na bacia hidrográfica do córrego Cachoeirinha,
localizada no município de Cáceres, Mato Grosso. O objetivo foi estudar as
características ambientais, as unidades de solo, os diferentes tipos de uso da terra,
as fragilidades do ambiente e a morfometria do córrego Cachoeirinha. As
metodologias incidiram em revisão conceitual; delimitação da área da bacia;
caracterização dos elementos ambientais; confecção da base cartográfica;
compartimentação da bacia em alto, médio e baixo curso; classificação das áreas com
fragilidade ambiental, conforme Ross (1994); caracterização das unidades
pedológicas; levantamento da rede de drenagem; análise laboratorial; atividades de
campo e discussão dos resultados. O primeiro capítulo aborda as características
ambientais da bacia. Os resultados mostraram que o clima regional é Aw. Entretanto,
as diferentes altitudes incorrem nos climas Tropical de Altitude Mesotérmico Quente
da Fachada Meridional das Chapadas e Planaltos e o Tropical Megatérmico Sub-
Úmido das Depressões e Pantanais de Mato Grosso. A Geologia comporta as
Formações Raizama, Araras, Sepotuba, Moenda, Aluviões Holocênicos, Coluviões
Pleistocênicos e Terraços Holocênicos. A Geomorfologia apresenta a Província
Serrana, a Depressão do Alto Paraguai e a Planície do Rio Paraguai e a cobertura
vegetal predominante é do tipo Savana. O segundo capítulo apresenta as unidades
pedológicas com características típicas de altitudes maiores e de relevo plano, como
exemplo, os latossolos. O terceiro capítulo referencia-se ao uso e a ocupação da terra,
que iniciou durante o século XVIII com atividades agrícolas e extrativas de
subsistência. A partir do século XIX, com a chegada de imigrantes, houve a inserção
da agricultura mecanizada, iniciando conflitos sociais, desmatamento de grandes
áreas, queimadas, uso de agrotóxico, erosão e compactação do solo, dentre outros
impactos. Na atualidade, 63% da bacia é coberta pela vegetação do Cerrado, 34,52%
é ocupada por pastagem e 1,68%, pelo monocultivo de grãos. O quarto capítulo
apresenta as áreas com fragilidade ambiental. 47,22% apresenta fragilidade muito
forte na Província Serrana. O menor índice encontra-se nos vales da Depressão do
Alto Paraguai e na Planície do Rio Paraguai. Em relação ao clima, a fragilidade forte
foi na área de domínio do clima Tropical de Altitude Mesotérmico Quente da Fachada
Meridional das Chapadas e Planaltos. O Neossolo Flúvico Tb eutrófico típico e o
Neossolo Litólico eutrófico apresentaram fragilidade muito forte e com fragilidade fraca
os Latossolos. 62,94% da bacia apresenta fragilidade ambiental fraca e muito fraca,
onde existe a cobertura vegetal. O quinto capítulo expõe a batimetria e a morfometria.
Os resultados mostraram que a geomorfologia criou o padrão de escoamento
exorreica e a drenagem paralela. A densidade de drenagem foi de 0,52 km/km², de
canais 0,10 canais/km², maior vazão na S-IV, a maior profundidade na S-VI, a
velocidade mais acentuada na S-IV, a área molhada na S-VI e a maior carga de
sedimentos no período de cheia na S-VII. A realização deste estudo foi imprescindível
para o conhecimento da estrutura natural e social da bacia, a fim de nortear ações que
visem à gestão e ao desenvolvimento de ações ambientalmente corretas