A LEITURA E A ESCRITA NA EJA: UMA PROPOSTA DE INTERVENÇÃO COM O RELATO DE EXPERIÊNCIA
Leitura e escrita. Educação de Jovens e Adultos. Relato de Experiência.
Este trabalho apresenta o desenvolvimento de uma proposta interventiva realizada na Escola Estadual Leovegildo de Melo, em Cuiabá-MT, na modalidade de Jovens e Adultos, 2º segmento do Ensino Fundamental (EF). Tal proposta teve por objetivo desenvolver o processo de leitura e escrita dos alunos e para isso optamos pelo gênero textual Relato de Experiência. Foram realizadas leituras de diferentes textos visando a produção escrita dos próprios Relatos de Experiência pelos alunos. O aporte teórico está posto na perspectiva da Linguística Textual, sobretudo nos estudos desenvolvidos por Koch (2014, 2016) e na perspectiva da educação emancipadora e libertadora proposta por Freire (1989, 1996, 1997). Para o desenvolvimento de leitura e escrita nos ancoramos em Geraldi (1997, 2012, 2015); Solé (1998), Matencio (1994), Kleiman (2001) e Passarelli (2012), e na correção e reescrita dos textos, nos apoiamos em Ruiz (2013). A proposta do trabalho iniciou-se com a escolha, pelos alunos, de uma temática específica: superação. A partir de então, foram elencados e mobilizados os textos para trabalhar a leitura e a escrita do gênero textual proposto. Após concluídas as etapas previstas em nosso projeto de intervenção, os alunos produziram seus próprios Relatos de Experiência. Todo esse processo de prática de linguagem nos levou a concluir que os discentes tinham o que dizer, para quem dizer e o que dizer, aspectos que foram de fundamental importância para mobilizar a escrita dos mesmos. Apesar das dificuldades recorrentes no uso da língua escrita, houve avanços no trabalho com a leitura e a escrita na EJA. As estratégias propostas, leituras e diálogos sobre os textos trabalhados durante o desenvolvimento do projeto de intervenção levaram os alunos a se perceberem como sujeitos que tinham uma ou mais experiências para compartilhar. Podemos dizer, portanto, que a partir dos próprios processos vivenciais, a leitura e a escrita transformaram os alunos que não escreviam em sujeitos capazes de escrever suas ideias, suas experiências, suas reflexões.