Práticas de Alfabetização com estudantes dos anos finais do Ensino Fundamental: uma proposta de leitura, escrita e reconhecimento das diferenças
Alfabetização. Letramento. Leitura. Escrita. Diferenças.
Esta dissertação tem por finalidade apresentar a elaboração, a execução e os resultados de um projeto de intervenção pedagógica realizado com um grupo de alunos dos anos finais do Ensino Fundamental da Escola Estadual Presidente Médici – Cuiabá/MT, como parte das atividades propostas pelo Programa de Mestrado Profissional em Letras (PROFLETRAS), ofertado pela Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT – Cáceres). Durante todo o percurso, foi possível estabelecer momentos de buscas teóricas, ações e reflexões acerca da alfabetização e do letramento de estudantes dos anos finais do Ensino Fundamental. O objetivo maior foi desenvolver um trabalho de leitura e de escrita que atendesse às necessidades de defasagens de aprendizagem, por meio da abordagem do tema “Reconhecimento das diferenças”. Os objetivos específicos visaram ao desenvolvimento de práticas de leitura e escrita de diferentes textos; ao trabalho de refacção textual, de modo a se praticar a autocorreção; e, por fim, ao fornecimento de condições de inclusão real dos alunos na sala de aula regular. Foram estabelecidas relações entre perspectivas da Alfabetização, do Letramento e da Linguística, a saber: Ferreiro (2001, 2011), Ferreiro e Teberosky (1999), Barbosa (2000, 2013), Cagliari (1985, 1999, 2007, 2009a, 2009b), Massini-Cagliari (1999, 2001), Abaurre, Fiad e Mayrink-Sabinson (1997), Fernandes (2010), Frade (2005), Morais (2014), Kramer (2010), Kaufman (1994), Kaufman e Rodríguez (1995), Guedes de Souza (2007), Soares (2003, 2014, 2017a, 2017b), Kleiman (1995, 2010, 2012), Rojo (2010), Tfouni (2006), Marcuschi (2001), Koch e Elias (2015, 2018), Antunes (2003, 2009), além de documentos oficiais vigentes para o Ensino Fundamental. O trabalho foi iniciado com base nos interesses pessoais dos alunos, a partir dos quais foram realizadas atividades de pesquisa, leitura, escrita e debate sobre as diferenças entre as pessoas. No decorrer das aulas, os escolares foram se tornando protagonistas, ao ponto de produzirem textos, que, por sua vez, compuseram um livreto intitulado “As diferenças existem!”. Para a socialização desse material, foram organizadas aulas com as turmas de origem de cada estudante, que se mostrou de uma maneira, até então, desconhecida. O resultado do projeto deu visibilidade a pessoas que, por muitas vezes, foram consideradas sujeitos que “não sabiam nada”, permitindo entender que é possível, sim, oportunizar uma alfabetização significativa a indivíduos que, por diferentes razões, não a efetivaram na idade esperada.