O USO DE TECNOLOGIAS DIGITAIS ASSISTIVAS NO ENSINO DE ALUNOS SURDOS: UM ESTUDO COM PROFESSORES DA EDUCAÇÃO BÁSICA DO MUNICÍPIO DE TANGARÁ DA SERRA - MT
Alunos surdos. Deficiência auditiva. Educação inclusiva. Tecnologias assistivas.
As tecnologias assistivas (TAs) propõem o desenvolvimento de estratégias, metodologias e/ou utilização de recursos, que promovam a interdisciplinaridade, bem como a participação de modo inclusivo de pessoas com deficiência. Nesse contexto, a presente pesquisa teve como objetivo analisar o uso de tecnologias digitais assistivas, por professores de Tangará da Serra- MT, voltadas para o ensino de alunos surdos. Dessa forma, buscou-se responder à seguinte questão norteadora: “Como o emprego das tecnologias digitais assistivas, pelos professores em sala de aula, contribuem/transformam o processo de ensino e aprendizagem de alunos surdos, durante as aulas de Ciências e Matemática? Para responder a esse questionamento, utilizou-se em termos metodológicos uma pesquisa com abordagem qualitativa, quanto aos objetivos exploratória, e quantos aos procedimentos técnicos, uma pesquisa participante. Como referencial teórico tomou-se como base as diretrizes e normativas que regem sobre o ensino inclusivo e o uso das tecnologias digitais. Bem como os autores que pontuam sobre as tecnologias assistivas, para alunos com deficiência, dando ênfase aos benefícios das TAs, no processo de ensino e aprendizagem do aluno com surdez. Para a produção de dados utilizou-se a aplicação de questionário, com questões abertas e fechadas, com 9 professores da Educação Básica, do município de Tangará da Serra- MT, que ministram aulas de Ciências e Matemática, para alunos surdos e/ou com deficiência auditiva. Os participantes foram codificados como: P1, P2, P3, P4, P5, P6, P7, P8, P9, para garantia do anonimato. Quanto à análise dos dados coletados, resultou-se na categorização dos mesmos, a partir de unidades de contexto, conforme proposto por Bardin (1977). Assim optou-se pela categorização semântica, ou seja, categorias temáticas de acordo com os objetivos do estudo e do questionário aplicado, ficando assim: Categoria 1: Uso das Tecnologias Assistivas; Categoria 2: Estratégias de ensino e personalização e Categoria 3: Formação e perspectivas. O perfil dos participantes da pesquisa foi: quanto à idade, em torno de 33 a 53 anos. Já em relação à formação acadêmica, 3 (três) possuem mestrado e 6 (seis) têm especialização. Os resultados apontam para a importância da utilização das tecnologias como ferramentas pedagógicas para construção do saber e apropriação do ensino no processo de inclusão do aluno surdo, na sala de aula regular. Da análise da categoria 1 - Uso das Tecnologias Assistivas -, depreende-se que os professores, dentro dos limites possíveis e apesar de algumas dificuldades conseguem fazer uso de alguns recursos; Já a análise da categoria 2 - Estratégias de ensino e personalização -, é possível desvelar que os participantes da pesquisa relacionaram um grau de importância a adaptação dos recursos, ou seja, a personalização das tecnologias assistivas para o processo de ensino de alunos surdos, e por último, ao analisar a categoria 3 - Formação e perspectivas -, percebe-se que os professores, sujeitos deste modo, relataram que é necessário uma formação para que de fato o uso das tecnologias sejam empregadas como ferramentas que proporcione o processo de ensino para alunos com surdez. Portanto, as tecnologias assistivas desempenham um papel transformador na educação, superando barreiras históricas e promovendo a comunicação, inclusão e aprendizado. Todavia o professor desempenha um papel ativo na promoção da afetividade, e na construção da confiança do aluno em sua jornada de aprendizado.