ENSINO DE HISTÓRIA PARA PRIVADOS DE LIBERDADE NO PRESÍDIO DE SINOP: UM ESTUDO A PARTIR DAS NARRATIVAS ORAIS E ESCRITAS
Liberdade; Autonomia; Cidadania; História; Prisão.
Esta dissertação, intitulada Ensino de História Para Privados de Liberdade no Presídio de Sinop: um estudo a partir das narrativas orais e escritas tem como objetivo compreender, por meio das narrativas orais e escritas, de que forma os privados de liberdade da cadeia pública de Sinop, Dr. Osvaldo Florentino “Ferrugem”, expressam sua percepção sobre o ensino de história e suas noções de liberdade, autonomia e cidadania. Para responder ao objetivo foi realizada uma pesquisa narrativa, por meio da escrita de um memorial sobre a trajetória de estudos na disciplina de história bem como entrevistas narrativas e memória para fins de produzir narrativas sobre a trajetória de estudos de privados de liberdade do presídio de Sinop que estão matriculados no Ensino Médio. A motivação para este estudo nasceu de um interesse pessoal em trabalhar dentro do presido, da crença e construção teórica de Paulo Freire sobre a educação libertadora e as relações de poder expressas por Foucault, principalmente sobre o poder e o saber, que contribui para a crítica a modernidade e seu projeto de controle, dominação e disciplinarização dos corpos. Neste sentido, Foucault destaca que para o exercício do poder disciplinar é fundamental que cada indivíduo esteja no seu devido lugar, para uma atenta e sistemática observação de seu comportamento, no intuito de poder sancioná-lo, controlá-lo, apreciá-lo. Esse lugar deve ser visto e percebido como útil, então surge a estrutura escolar, espaço que também facilita a vigilância e o controle sobre os indivíduos, pois são divididos por série, turma, distribuídos em filas, por gênero, por idade, tec. Fazendo uma análise mais pormenorizada de uma sala de aula, percebe-se, arquitetonicamente, que o local é bem semelhante a uma prisão, na sua conformação hierárquica, nos mecanismos de disciplinarização e em sua vigilância. Não é intenção fazer julgamentos, pois isso é uma função especifica da justiça, mas buscar o entendimento do porquê, durante sua vida escolar, ele foi levado, alguns, a abandonar a escola e se esse abandono tem ligação com a vida que resolveram escolher.