SABERES AGROECOLÓGICOS NA ESCOLA INDÍGENA XINUI MỸKY: PROTAGONISMO NO ENSINO DE HISTÓRIA
ProfHistória. Educação Escolar Indígena. Ensino de História. Saberes Agroecológicos. Protagonismo.
A partir da convivência e das experiências como professor e coordenador pedagógico na Escola Estadual Indígena Xinui Mỹky de 2015 a 2020, e a partir da introdução do Ensino Médio Integrado à Educação Profissional (EMIEP) - Curso Técnico em Agroecologia em 2016 esta pesquisa buscou compreender de que maneira ocorre o Ensino de História por meio dos saberes agroecológicos e interface com a cultura povo Mỹky. Saberes agroecológicos entendidos como ciência, movimento social e prática. Esta abordagem deve-se a concepção que a comunidade Mỹky tem sobre a escola, pois os anciãos e anciãs se preocupam que a escola ensine sua cultura e exigem que os estudantes e professores participam dos rituais sagrados e principalmente do feitio da roça, ritual ou familiar, em todas as suas etapas. Utilizamos como fontes os materiais didáticos, escritos ou audiovisuais elaborados pelos professores da escola, o Projeto Político Pedagógico (PPP), o Referencial Curricular Nacional para as Escolas Indígenas (RCNEI), os registros sobre as Semanas Culturais programadas pela escola, registros das aulas práticas e visitas técnicas. Buscou-se a partir da Lei 11.645/08, conectar esses documentos às concepções teóricas de Baniwa (2013), Melià (1978, 1999) para compreender o desenvolvimento histórico da educação escolar indígena no Brasil; Bittencourt (1994, 2010) os conceitos de ensino de História, Costa (2018) e Monteiro (1995) protagonismo indígena, Rocha (2018) História Temática. Nossa indagação foi como ocorre o ensino de História e cultura do povo Mỹky na escola Estadual Indígena Xinui Mỹky? Nesta perspectiva a pesquisa contribui com reflexões sobre propostas de ensino de saberes agroecológicos e históricos do povo Mỹky que visam auxiliar na formação metodológica dos professores indígenas. Assim, está em andamento a elaboração um produto pedagógico intitulado Oficina Pedagógica para professores sobre o Ensino de História, Saberes e Práticas Agroecológicas, Culturais e Sustentáveis, a partir das experiências e práticas agroecológicas desenvolvidas pela escola de 2016 a 2020. Assim os professores indígenas e estudantes possam ser protagonistas no Ensino de sua própria História tendo como ponto de partida a sua identidade e cultura. Esta oficina tem três sessões; a primeira sessão é uma proposta para trabalhar o Projeto de Vida dos estudantes a partir da identidade pessoal e coletiva com ênfase na História e Cultura do povo Mỹky; a segunda sessão traz orientações de como trabalhar a pesquisa e o ensino dos saberes agroecológico a partir do conhecimento dos anciãs e anciões por meio dos saberes agroecológicos, históricos e culturais e por fim na última sessão traz indicativos de temas para serem trabalhados nas aulas práticas.