PERIFERIA URBANA E EXCLUSÃO NA FRONTEIRA CAPITALISTA AMAZÔNICA: ESTUDO DO LOTEAMENTO MORADIA BELA VISTA EM COLÍDER - MT
Segregação urbana. Periferia. Exclusão. Colíder-MT.
O objetivo do estudo é compreender a atual configuração da ocupação do Loteamento Moradia Bela Vista, localizado no município de Colíder - MT, e tal intento contempla a análise das condições socioeconômicas dos habitantes nele instalados, bem como seu grau de inclusão na urbanidade local, além das condições físicas. Com esse fito, portanto, tornou-se necessário contextualizá-lo, após análise histórica de formação e ocupação da urbe à qual ele se encontra subordinado, apresentando desta forma o processo de segregação induzida como existente, porém, não fruto da sociedade moderna criada a partir do objeto de estudo e/ou da cidade onde o alvo da pesquisa se localiza, caracterizando-se o processo como atuante na gênese das cidades amazônicas, atrelado à mercantilização do solo. Como método de abordagem, tornou-se necessário empregar o materialismo histórico e dialético, visto seu caráter histórico investigativo, que agrega legitimidade aos resultados, sendo possível entender por meio dele a condição espacial atual do objeto de estudo, observando e dando enfase a diferentes períodos históricos de formação deste, além da possibilidade de análise particular dos agentes produtores do espaço atuantes no objeto de estudo. Portanto, por meio deste, a pesquisa revelou que processos de segregação verificados no país não são de caráter exclusivo de grandes centros urbanos e problemas sociais relacionados à habitação dentro do contexto das cidades capitalistas se manifestam até mesmo em pequenas urbanidades da Amazônia, em decorrência da ação do capital que torna a terra uma mercadoria. Portanto, esse processo de exclusão urbana na cidade de Colíder-MT ocorre desde sua gênese e a segregação induzida verificada no Loteamento Moradia Bela Vista afigura-se continuidade desse processo de fragmentação da cidade. Com isso, conclui-se com a pesquisa que, no objeto de estudo, existe uma segregação induzida, haja vista que as pessoas foram orientadas indiretamente a ocupá-lo principalmente pelo baixo preço da terra, fato fomentado pelos agentes que controlam o acesso à terra aos moldes do capital. Trata-se de um ambiente novo, porém, mesmo como seus habitantes dependendo totalmente da cidade, a localidade não é interpretada pelo poder público como parte da urbanidade, por conseguinte, no estudo, este é interpretado como um ambiente extraurbano carente de forma legal de infraestrutura básica.